sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O TAMANHO DO PÊNIS ESTÁ NA CABEÇA, IRMÃO (OU O CRONISTA ENFIM TIRA O PAU DO ARMÁRIO)


A infância é o período mais feliz de nossas vidas. Ponto.
Ainda assim há controvérsias. Eu mesmo tenho controvérsias.
Não por ser gay, ter pênis pequeno, médio ou grande, mas sim por pesar 60 quilos aos 10 anos.
Ninguém sabia que eu era gay. Só eu sabia. À época, alto sertão da Bahia, o assunto sequer era mencionado, sequer era respirado, sequer era cochichado, sequer era murmurado. Embora o homossexualismo – aliás, desde sempre – já tivesse dezenas de milhões de praticantes anônimos em nossos pelotões, aqui e além-mar.

Muito cá entre nós, achava esse não-querer-ver alheio ótimo: relacionei-me sexualmente durante sete anos – dos oito aos quinze – com homem bem mais velho do que eu - e nem a Interpol, a KGB e a CIA foram capazes de descobrir. Muito menos a minha família.
Devo dizer em defesa de meu amante precoce: não fui seduzido ou abduzido ou violentado. A iniciativa de começar a relação foi minha. Ele topou. Podia não ter topado, mas topou – e que bom que tenha topado. Foi algo consensual, levemente sentimental. 
(Ela era gentil e afetuoso. Encontravamo-nos sempre aos domingos. Até hoje o lembro com saudade. Ele já não está mais no meio de nós.)
Ter pênis pequeno, médio, ou grande também nunca me atormentou. À época, pensava: todos os pênis do mundo teriam o mesmo tamanho, inclusive o pênis do homem bem mais velho com o qual me relacionava, exatamente do tamanho do meu, treze anos mais jovem.
Ser gordo foi o fardo pessoal mais, literalmente, pesado da minha infância. Excelente aluno, o melhor da classe, os meus contemporâneos viviam bulindo (forma verbal usada no interior da Bahia nos anos 1960, tradução literal do que hoje chamamos  bullying) comigo o tempo inteiro. Chamavam-me: bolo fofo, bolo de bosta, picolé de banha, saco de batata etc etc etc.

Nas aulas de educação física, minha posição oficial era a de goleiro, disputado com unhas e dentes por times rivais. Diziam: - Rogério é nosso. Gordo do jeito que é, basta abrir as pernas e os braços debaixo da trave que bola nenhuma passa!
Passou. Aos 14 anos fui estudar em Salvador, emagreci vinte quilos em um ano. No decorrer da vida engordei um pouco, emagreci, emagreci, engordei um pouco, até virar o homem magro que sou hoje - que anda sem parar, desde 1989,  de quinze a vinte quilômetros todas as manhãs, esteja em que latitude do mundo estiver.

A melhor notícia do parágrafo anterior: nunca mais ninguém me chamou de bolo fofo, ou bolo de bosta, ou picolé de banha, ou etc etc etc.
Quando emagreci, aos 15 anos, outra questão passou a me atormentar. Certo dia, sob a luz branca do banheiro bas fond do Cine Excelsior,  na Praça da Sé, no centro de Salvador, olhei para o mictório ao lado, e vi, juro que vi: homem branco, magro, não exatamente bonito, parecia ter o maior pênis de todo o planeta terra: longilíneo ao extremo, cheio de veias relevantes, duro como rocha, e glande similar a uma maçã, que bem poderia ser rotulado, e rotulei, em trocadilho infame, mas apropriado, de blig apple.
O homem deixou, generosamente, e prazerosamente, que eu apalpasse, encantado, aquela obra d´arte. Feito São Tomé, quis ver, e pegar, para crer – e peguei e cri – não havia como não crer.
Deu no que deu: passei os dias e os meses seguintes achando que eu e o meu amante que ficara no interior tínhamos os menores pênis do mundo – e, à época, na minha juvenil cabeça de pudim ter pênis menor do que o resto dos humanos seria a minha sentença de morte, o meu passaporte para o glamouroso, sempre glamouroso, mundo da insanidade mental.
Honra ao mérito: devo ao bravo exército brasileiro a cura  (então parcial)   desse trauma. Aos 18 anos, em 1972, foi tempo de me apresentar para ser selecionado, ou não, para o Serviço Militar Obrigatório.
Numa sala de cerca de cem metros quadrados mais de cem rapazes da minha mesma idade, totalmente nus, se deixavam avaliar por dois ou três sargentos com caras severas e botas polidas. Foi, como diria Wanderléa, a minha prova de fogo.
Invadiram-me dois medos básicos: 1. Inebriado pela plêiade de pênis in natura, eu tivesse algum nível de ereção, o que seria o mais extremado dos vexames. 2. Horror dos horrores, todos soubessem que eu tinha o menor pênis do mundo.
Nunca tinha visto tantos homens com pênis à mostra em toda a minha existência,  logo era chance imperdível de checar in locu o quão pequeno, ou não, eram o meu pênis e o do meu já então ex-amante. Concentrei-me ao máximo em lançar olhar prudentemente técnico à série de pênis que se alinhavam ao meu lado e à minha frente.
Flagrei pênis de todos os tipos, e constatei: entre  muitos pênis avistados e analisados, o meu mereceria uma nota 7,8. Havia mais rapazes com pênis menores do que o meu do que rapazes com pênis maiores do que o meu: o que me soou, na minha ainda cabeça apatetetada de pudim, quase epifânico.
Os sargentos começaram, com olhos de lince, a inspecionar os nossos corpos e cabeças e troncos e membros. Tremia-me todo. Mais ainda quando, diante, de loiro alto e gordo bem ao meu lado, um dos militares sentenciou, ao olhar-lhe a genitália: - Você quer pertencer aos quadros do nosso heróico exército nacional com essa minhoquinha ridícula pendurada entre as pernas?  E atirou para matar: - Dispensado!
Quando chegou a minha vez, eu petrificado, o mesmo sargento olhou-me de cima a baixo, apalpou-me as omoplatas e o peitoral, avaliou-me a genitália com certo deleite, talvez mesmo prazer, e disse ao auxiliar: - Esse tem chance. Anote o número dele! (Tínhamos placa que nos numerava penduradas nos pescoços).
Mesmo convicto de que o meu pênis era, digamos, competitivo, sempre precisei que me dissessem: eu não tinha o menor pênis do mundo. No começo dos anos 1980, quando morava em apartamento lotado de malucos-beleza na Ladeira da Fonte (mais exatamente no apartamento 903 do Edifício Solar da Fonte), no Campo Grande, em Salvador, resolvi andar nu o tempo inteiro dentro de casa. Alegava em defesa de minha sanidade mental: ´Eu quero assumir o tamanho do meu próprio pau!´
Meu pênis foi muito bem aceito pelos visitantes, eventualmente acariciado, eventualmente submetido a felatios, mas eu precisava mais evidências. Até que certo dia, amiga querida, daquelas que dizem tudo o que lhe vêm à mente, vociferou: - Deixe de viadagem Rogério Menezes! Vá vestir uma cueca já, seu sacana. O seu pênis é duas vezes maior do que o do meu marido, e eu sou uma mulher muito feliz com o meu marido, entendeu, eu amo o meu marido, entendeu? Vá pro caralho! Vá se foder!
O mundo girou, o mundo rodou, mas só fiz realmente as pazes com o meu pênis no final dos anos 1990. Participando de cobertura jornalística do Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, conheci colega de profissão que se apaixonou, do nada, por mim. Eu havia acabado de romper casamento de 17 anos, e tudo o que não queria àquela altura da vida era casar de novo.
Enquanto isso, o jornalista cearense que me cortejava, antes de tudo um forte, colou em mim por alguns meses, e chegou a se instalar por semanas no meu apartamento em Brasília, e um dia esse jornalista cearense me fez torta declaração de amor, que me fez viver, a partir de então, em completa paz com o meu pênis.
Disse-me o rapaz do Ceará, em quase êxtase: - Eu te amo tanto cara, mas tanto, cara, que abrirei mão de três princípios básicos do meu desejo sexual. Só gosto de homens gordos, e você é magro. Só gosto de homens velhos, e você é muito novo (à época eu tinha 44 anos) Só gosto de homens de pau pequeno e o seu pau é grande.´
Não me casei com esse cara, e não me arrependo de não ter me casado com esse cara, mas devo a esse cara essa constatação óbvia: a de que o tamanho do pênis (P, M, G ou GG) é tão relevante quanto o fato de Claudia Leitte ter acrescentado um T ao sobrenome; ou de a carioca Gina McPherson ter sido eleita Miss Brasil 1960. Bull shit. Ou, em bom português: Merda de touro.
No mundo real não é bem assim, ou ainda não é bem assim: no mundo masculino (gay e não gay) o assunto é tabu. Homens (gays ou não gays) consideram a centimetragem dos pênis que carregam no meio das pernas segredo de estado, assunto absolutamente confidencial.

A exceção a essa regra poderá ser flagrada no mundo dos bem-dotados que fazem questão de exibir pênis  enormes - em sites da internet, em mictórios públicos, ou até mesmo por trás de árvores do meu sagrado Aterro do Flamengo - como se fossem medalhas olímpicas, Oscars ou prêmios Nobel. Pura psicopatia. Sem gelo.
Há quem diga: nos banheiros femininos frequentados por certa linhagem de mulheres, e entre amigas muito íntimas, o assunto é tratado com a seriedade com que tratariam  o bombardeio nuclear do closet delas no dia seguinte - e  centimetragens maiores ou menores dos pênis dos namorados ou maridos são computados com precisão suíça, e invejados ou não invejados com pathos rodriguiano.
A saga em torno do aumento do pênis se exerce em toda a plenitude no mundo da Internet. Quando digitamos aumento peniano no Google, em fugazes 13 segundos, aparecem mais de 4 milhões e 200 mil resultados. Quando eventualmente trocamos alguma letra do nosso objeto de pesquisa, anúncios oportunistas surgem do mais absoluto nada e anunciam milagres para aumentar o tamanho dos nossos pênis.
Donde se pode deduzir, lógica e dedutivamente: grande parte dos homens que habitam o planeta Terra, talvez mesmo a maior parte, se importa, e muito, com a centimetragem peniana que lhe foi delegada pelo acaso, ou por Deus em pessoa. Diagnóstico possível: essa gente faz qualquer merda – inclusive pendurar pesos de dois quilos na ponta do pênis durante horas – para tentar aumentar-lhe a genitália.
(O Google atesta: a média do tamanho do pênis em todo o mundo gira em torno de 13 cm, em estado de ereção. O meu, com três centímetros a mais que a média mundial, vai muito bem, obrigado, e sou feliz com o pênis que Deus ou o acaso me legou.)
A todo esse exército de babacas que se preocupam mais com o tamanho do pênis do que com toda esta colossal merda política, social e humana que nos afunda cada vez mais neste lodaçal sem ponto de escape visível a médio prazo, tenho apenas uma frase a dizer: - Vão se foder!







sábado, 15 de setembro de 2012

UM GENTIL JULIANO PARA CHAMAR DE MEU E SEU (OU FROM RUSSIA WITH LOVE)


Minhas relações com pessoas que trabalham em operadores de celulares são geralmente bélicas. Quando me ligam, no meio de caminhada no Aterro do Flamengo, ou à beira da conclusão de texto no qual preciso do máximo de concentração, não titubeio: antes que a moça ou rapaz da operadora x, y ou z diga o novo serviço que me quer enfiar goela abaixo, eu lhes mando solenemente tomar no olho do cu.
Não sei se vão. Deveriam ir. Mesmo assim continuam a me ligar – e eu continuo a esbravejar o brado de guerra de consumidor que odeia ter a sacrossanta rotina diária interrompida por essas vozes anódinas vindas do inferno consumista que nos cerca.
A deselegante prática é ainda mais cruel quando espero telefonema importante que poderá determinar o futuro da minha vida e, noblesse oblige, passo a vida inteira esperando telefonemas importantes que possam mudar para melhor o futuro da minha vida. Não recebi muitos. Mas já recebi alguns. Muitos outros virão. (Deus é pai, como dizia a minha avó Joana).
No meio de tarde na qual alguém do Portal X ficou de ligar para dar o sim ou o não a projeto editorial que lhe apresentara havia meses, o celular disparou como uma metralhadora giratória que mata vinte crianças brancas e negras por segundo, em carnificina apocalíptica em algum país do leste europeu. Pulei da cadeira num átimo, coração mais acelerado do que os tambores do Olodum, e ouço: - Senhor Rogério Menezes? Aqui é da operadora Y, o senhor não gostaria...?
Não pude evitar, foi mais forte do que eu – e eu bradei ainda mais irado do que o Deus-do-Velho-Testamento: - O que eu gostaria mesmo era que o senhor tivesse o seu traseiro imundo perfurado pelo pênis-punhal do Conde Drácula, seu filho da puta...
Não fiquei com nenhum sentimento de culpa. Ao contrário: desejei que o tal moço ligue de novo para que eu lhe pudesse repetir ainda mais torpes impropérios que o meu cérebro expeliria. Mas ele não ligou de novo, e eu fui obrigado a quebrar no chão duro da sala simpático boizinho de barro comprado em Olinda.
Tenho mais sorte quando me dirijo pessoalmente ao posto de revenda autorizada da operadora X da qual sou cliente desde que os celulares valiam quanto pesavam.
(Não sou desses intelectuais otários que se orgulham de nunca ter tido um aparelho celular na vida. Orgulhar-se de não ter um celular ao alcance da mão é tão importante para o futuro da raça humana quanto se orgulhar de dar peidos seriais no meio de elevador lotado. Inócuo. Inútil. Banal. Besta.
Numa frase: a banalização do orgulho).
Não resisto a novidades tecnológicas desde que a primeira geladeira – Gelomatic usada, na verdade usadíssima, cuja maçaneta prateada dava choque quando a tocávamos – entrou em minha casa – e isso aconteceu quando eu já tinha mais de oito anos de idade – e então pude, extasiado, constatar:  poderia encher cubas de gelo com sucos de tamarindos ou carambolas, e transformá-los em pequenos picolés que mastigava gulosamente, em quase orgasmo, ao voltar para casa no final das aulas.
Também não sou desses caras e dessas coroas que trocam celulares como trocam mulheres ou maridos. Sou fiel enquanto posso. Um celular comprado em 2008, absolutamente vintage apenas quatro anos depois, foi o meu fiel companheiro durante o tempo que passamos juntos: transmitiu-me boas ou más notícias; por meio dele coprotagonizei diálogos infames ou transcendentes; e nunca pifou nas horas mais difíceis. Enfim, amigo e amante como poucos.
Semana passada, sem motivo aparente, resolvi me desfazer dele. Fui à revendedora autorizada da Operadora X, que funciona em shopping center aqui perto de casa, e onde fui atendido como um paxá. (Ou me acharam com cara de rico excêntrico cheio de tatuagens, ou foram mesmo bem treinados pela corporação multinacional que lhes paga os salários).
Atendeu-me jovem de 21 anos chamado Juliano. Não era bonito. Não era feio. Olhou-me com desconfiança. Não deve ter me achado bonito. Nem feio. Mas ele era sedutor. Eu também costumo ser sedutor quando quero. Em questão de minutos, conversávamos fluentemente como se fôssemos velhos amigos; ou pai e filho.
Meu projeto era adquirir um desses i-phones de última geração, que até nos masturbam em momentos de solidão, a custo zero – e deixei isso claro para Juliano. Ele emergiu da tela do computador – onde deve ter chafurdado por todas as minhas fichas criminais e não criminais – e de lá tirou duas ofertas, nem tão tentadoras assim: a) modelo, digamos X+2, por 219 reais; b) outro quase tão bom quanto, digamos X+1,9, que me custaria a bagatela de 29 reais.
Pobre como milhões de Jós que vagam hoje como zumbis mundo afora, pechinchei: - Só levo o aparelho se me tiver custo zero!
Juliano me olhou com sorriso matreiro – um sorriso que abriria uma clareira no inferno se preciso fosse – e me massageou com a seguinte notícia: - Ok, o seu novo aparelho não vai lhe custar nada; vou reduzir o seu plano para um valor menor, o senhor paga mais internet do que usa, embora o senhor a use muito; e vou colocar um chip e outro número telefônico no seu aparelho antigo, que o senhor poderá utilizar paralelamente quando for necessário!
Depois de alguns necessários momentos de negociações com as sinapses eletrônicas do computador que monitorava, Juliano me liberou, com o sorriso matreiro de sempre no rosto, apertou fortemente minhas mãos – e tinha mãos firmes e viris – e disse quase displicentemente: - Amanhã ou depois vão lhe enviar uma mensagem na qual lhe será pedido que o senhor avalie o meu atendimento. Tudo bem?
Tudo ótimo. Se todas as pessoas que deparo em caixas de supermercados, farmácias, lojas, bancos e congêneres tivessem essa elegância no trato que Juliano tem, que maravilha viver.
Epílogo 1: Agora já posso dar minhas caminhadas diárias pelo Aterro do Flamengo com o meu celularzinho vintage reserva enfiado no bolso lateral da bermuda vagabunda, sem temor de que os muitos ladrões de bicicleta que atuam na área, e já os conheço todos, me pulem na jugular – eles preferem celulares mais up-to-date como o que agora deixo em casa e uso apenas nas poucas reuniões externas de trabalho que tenho.
Epílogo 2: No dia seguinte, a operadora X me ligou pedindo, por meio de notas de zero a 10, que eu avaliasse o desempenho de Juliano. Incorporado de certo pathos assumidamente surrupiado de Márcia de Windsor – belíssima mulher que costumava só dar notas dez nos programas de calouros nos quais participava como jurada nos anos 70 –, sibilei, caprichando no sotaque carioca: - Déissssssss!
Juliano merece. (Já sei em quem votar nas próximas eleições para prefeito do Rio de Janeiro).
PS: Blogs têm sistema de acompanhamento de leitores ao redor do mundo. Nestes quase dois anos que escrevo este Lobo No Ar, a maioria absoluta de leitores que me acessam são do Brasil. Seguido, à certa distância, pelos Estados Unidos e Inglaterra. Eventualmente sou surpreendido por acessos realizados em países nos quais eu jamais imaginaria existisse alguém interessado em me ler: tipo Malásia e Kosovo.
Mas o que vem me intrigando nas últimas semanas é o espetacular aumento do índice de leitura do meu blog na Rússia. Não tenho parentes lá. Não tenho amigos lá. Quem me lerá na Rússia? Tomara que sejam os fantasmas de Dostoiévski, Tolstói e Turguêniev!  Por isso o subtítulo de meu post de hoje: From Russia With Love, nome de filme da série James Bond, de 1963, protagonizado por Sean Connery.
A propósito, Sean Connery poderia fazer o papel desse Juliano carioca que me tratou com a gentileza que todo ser humano deveria tratar outro ser humano.